O exemplo de Teresa e Dona Glória
Marcus Vinicius Batista A notícia de uma morte já me faz parar. A notícia da morte da mãe de alguém que prezamos me atrai a atenção e o cuidado para entender melhor o que aconteceu, como posso me aproximar. O pedido de Teresa, esposa do meu primo João Carlos, para que ninguém fosse ao velório e ao enterro de Dona Glória, mãe dela, me comoveu, mudou meu dia, me trouxe lágrimas aos olhos quando comentei com minha esposa no café da manhã. Só sosseguei quando resolvi escrever após tanto pensar nas duas nos intervalos do dia. Sei que, culturalmente, o ritual de morte é a última chance de nos despedirmos de alguém, ainda que o corpo seja a materialização simbólica, ainda que a presença de pessoas simbolize o apreço e/ou as convenções sociais em torno de um funeral. É parte do luto, um caminho de sentimentos e emoções variados em torno de uma perda. Um caminho sem receitas, construído por cada um a seu modo, no seu tempo. No entanto, o que pensamos ou co...